Em um movimento que expõe as tensões entre o Executivo e o Legislativo, vereadores eleitos em 2024 aumentam a pressão por participação na gestão municipal, obrigando o prefeito Wagner (UB) a redistribuir cargos chave — e, com isso, reduzir a influência de aliados derrotados nas urnas.
Segundo apuração do Portal O Melhor da Amazônia, nomes como os ex-vereadores Geraldo Silva, Jorge Carneiro, Edimar Leandro e Marcos Duarte, que não se reelegeram, continuam ocupando posições estratégicas na administração, gerando mal-estar entre os parlamentares vitoriosos. A insatisfação teria chegado ao ápice nas últimas semanas, com ameaças veladas de rompimento político.
“Ou entrega os nomes, ou eu mesmo corto”
Uma fonte próxima ao gabinete do prefeito revelou que Wagner optou por ceder às exigências para evitar desgastes: “A ordem foi clara: ou você me entrega a lista de quem deve sair, ou eu mesmo faço o corte. Os eleitos querem espaço, e os derrotados estão com os dias contados”.
O grupo de ex-vereadores, que mantinha influência em pastas como Infraestrutura e Serviços Urbanos, agora terá seus nomes substituídos por indicações dos atuais parlamentares, em um acordo que visa garantir apoio no plenário da Câmara Municipal. Entre os possíveis beneficiados estão aliados do prefeito que se elegeram com folga, como Israel Gomes (UB) e Max Baroli).
Jogo de Forças
A decisão, porém, não é consenso. Assessores ouvidos sob condição de anonimato admitem que a medida pode desestabilizar setores onde os ex-vereadores atuavam, mas justificam: “Política é assim: quem ganha, governa. Quem perde, sai do caminho”.
Enquanto os nomes dos substitutos ainda não foram oficializados, a expectativa é que a reformulação seja anunciada nos próximos dias — um recado claro de que, em meio a orçamento apertado e crise de articulação, Wagner prefere negociar com quem tem mandato.
Por Geovane Oliveira, do Portal O Melhor da Amazônia