Ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas do MST.

Nessa sexta-feira (15), o MST juntamente com diversos movimentos do campo, entre eles, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) , Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTTL), MUPT, Via do Trabalho e Terra Livre, trancaram 20 trechos de rodovias em todo o estado de Alagoas e, com bandeiras e palavras de ordem, denunciaram a violência e a impunidade.

Do Sertão ao Litoral mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras rurais estão mobilizados nos bloqueios das rodovias estaduais e federais, na BR 101 trechos nos municípios de Teotônio Vilela, Junqueiro, Atalaia, Flexeiras e Joaquim Gomes, estão fechados, além dos bloqueios nas cidades de  Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Casado, Piranhas, Girau do Ponciano, Cajueiro, Novo Lino, União dos Palmares, Murici, Campo Alegre, Maragogi, Matriz do Camaragibe, São Luiz do Quitunde e em Porto Calvo.

Segundo José Roberto Silva, da direção nacional do MST, a ação relembra os 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, “nossa luta hoje é em memória aos 20 anos de impunidade do assassinato dos trabalhadores rurais Sem Terra em Eldorado dos Carajás, no Pará. Essa impunidade reaviva cada vez mais a violência no campo que está presente em todas as nossas regiões, onde o agronegócio continua matando e massacrando Sem Terra”, disse.

Além do massacre de Eldorado dos Carajás, José Roberto lembra do recente assassinato de dois trabalhadores Sem Terra no Paraná, onde a violência do latifúndio e do agronegócio fez duas vítimas fatais, no último dia 7, onde as famílias do MST, no Acampamento Dom Tomas Balduíno,  em Quedas do Iguaçu, região central do Paraná, foram vítimas de uma emboscada realizada pela Policia Militar do Estado e por seguranças contratados pela empresa Araupel.

“Estas ações demonstram uma reação do agronegócio, nesse último período também tivemos ataques de pistoleiros em Rondônia e na Paraíba. Nossa ação é para mais uma vez reforçar nossa disposição de seguir em luta, na memória dos companheiros tombados e na certeza de que é preciso garantir vida digna, com a distribuição de terra e de riqueza, para o povo pobre desse país”, afirmou José Roberto.

Durante toda a manhã as rodovias devem seguir paralisadas marcando o início da Jornada Nacional de Luta por Reforma Agrária em Alagoas.

As ações também são pela defesa da democracia e contra o golpe em curso no país. Para Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST, a relação entre o grupo que conduz o golpe dentro do parlamento e os que conduzem golpes aos trabalhadores e trabalhadoras rurais é direto.

“Parte dos que conduzem o golpe dentro do parlamento, tiveram suas campanhas financiadas pelo agronegócio, o mesmo que continua matando trabalhadores e trabalhadoras rurais em todo o país”, destaca. “Matam trabalhadores, destroem o meio ambiente, concentram terras e riqueza e agora querem pautar uma agenda política de ataques aos direitos sociais, trabalhistas e humanos conquistados historicamente pela luta da classe trabalhadora, atacando a Constituição e a democracia”, finaliza.

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST