Nos últimos anos, a Prefeitura de Araguaína adotou uma medida que tem gerado intensa polêmica e preocupação entre os moradores: o bloqueio de contas bancárias de contribuintes em débito com o município. A ação, destinada a forçar o pagamento de impostos atrasados, tem levado a consequências graves na vida de muitos cidadãos, criando uma onda de revolta e indignação.
A dura realidade do bloqueio
Entre os inúmeros relatos de moradores prejudicados, a história de um contribuinte, que preferiu não ser identificado por receio de represálias, destaca-se pela gravidade de suas consequências. Ele conta que possuía um lote em seu nome há muitos anos, mas, por razões desconhecidas, a prefeitura nunca realizou a baixa no registro após a venda. Recentemente, ele vendeu sua única moto para arrecadar dinheiro para uma cirurgia ocular urgente. No entanto, para seu desespero, ao verificar sua conta bancária, percebeu que o valor depositado havia desaparecido.
“Eu estava com o dinheiro pronto para a cirurgia, mas a prefeitura bloqueou a minha conta. Hoje, estou praticamente cego e sem qualquer recurso. A quem devo recorrer?” desabafou, com voz embargada. A perda do acesso ao valor que seria destinado à cirurgia resultou em uma deterioração significativa de sua visão, comprometendo sua qualidade de vida e capacidade de trabalho.
Quem está lucrando?
A medida, que teoricamente visa a arrecadação de recursos para o município, tem sido questionada não apenas por seus impactos sociais, mas também por suspeitas de beneficiamento indevido de certos setores. Segundo um parlamentar municipal, que preferiu permanecer anônimo, “alguns procuradores do município chegam a receber até R$50.000,00 por mês com ações judiciais decorrentes dessas cobranças.” Além disso, há relatos de que a Justiça também estaria faturando milhões em taxas e honorários vinculados à execução das dívidas cobradas pela Prefeitura de Araguaína.
Esse cenário tem alimentado um crescente sentimento de revolta entre os contribuintes, que se veem desamparados diante de uma medida que, segundo eles, favorece apenas uma elite burocrática em detrimento da população.
Um conselho amargo
O morador afetado, ainda incrédulo com a situação, faz um apelo desesperado à população. “Não votem nesses vereadores e nesse prefeito que estão aí. Eles estão gastando horrores na campanha política, mas depois vão arrochar ainda mais no IPTU e jogar o peso nas nossas costas,” alertou.
A insatisfação com a gestão municipal cresce, e muitos temem que outras medidas ainda mais rigorosas possam ser adotadas nos próximos meses. Enquanto isso, moradores como o depoente continuam a sofrer as consequências diretas de uma ação que, em vez de resolver problemas, parece criar novos obstáculos na vida dos cidadãos mais vulneráveis.
Por: Geovane Oliveira