Enquanto o Carnaval mobiliza multidões em Tocantins, os corredores do poder fervilham em silêncio. No centro da trama está o ex-prefeito de Araguaína, Dimas, derrotado na corrida ao governo estadual em 2022, mas que mantém aliados e rivais em alerta. Conhecido por uma estratégia comparada por assessores a um “estilo chinês” — discreto, meticuloso e de longo prazo —, ele mira 2026 entre o Senado e uma revanche ao Palácio Araguaia. Mas uma votação na Câmara Municipal de Araguaína, marcada para março, pode detonar seus planos.
O Silêncio Estratégico
Desde a derrota eleitoral, Dimas trabalha nos bastidores para recompor alianças e expandir influência. Fontes próximas ao seu círculo interno relatam que o ex-prefeito evita holofotes, mas monitora cada movimento político no estado. “Ele não fala, mas observa tudo. É calculista”, confidencia um aliado, sob anonimato. Seu nome já circula em grupos de pressão em Palmas e Brasília, com o Senado surgindo como “plano B” caso a rejeição estadual persista.
A Bomba-Relógio das Contas Rejeitadas
O calcanhar de Aquiles de Dimas está nas contas de sua gestão à frente de Araguaína, reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). E após o Carnaval, pode entrar em votação na Câmara Municipal em março. Se rejeitadas definitivamente, o ex-prefeito poderá enfrentar não apenas danos à imagem, mas também ações judiciais e até inelegibilidade por oito anos — um risco que rivalizam em explorar.
Entre o Senado e a Inelegibilidade
Apesar das ameaças, Dimas mantém o foco em 2026. Seus assessores mapeiam apoios para um possível embate ao Senado contra nomes como Eduardo Gomes e Alexandre Guimarães ou Gaguim. Analistas, porém, apontam obstáculos: sua base em Araguaína, outrora sólida, está enfraquecida. “A Câmara está fragmentada, e os rivais sabem que minar sua credibilidade local é a chave para freá-lo estadualmente”.
O Fantasma de 2022
A derrota para o governo estadual há dois anos ainda assombra. Na época, Dimas foi criticado como “distante” do interior e acusado de falta de carisma, contrastando com seu perfil técnico. Agora, a estratégia de discrição pode ser tanto um escudo quanto uma fraqueza. “Ele precisa se reposicionar publicamente, mas qualquer passo errado reacende a rejeição”, comenta uma liderança.
O Jogo que Não Perdoa
Enquanto o Carnaval distrai, a pergunta nos bastidores é clara: a rejeição das contas será o fim da linha ou apenas um revés na reinvenção de Dimas? A resposta começará a ser desvendada em março, mas, como bem sabe o ex-prefeito, no jogo político, silêncios prolongados podem custar carreira. Para ele, o tempo é agora — e o relógio não para.
Por Geovane Oliveira