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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tomou uma decisão que tem gerado debates nos bastidores políticos e entre especialistas em gestão pública. A partir de agora, os parlamentares terão liberdade para comparecer à Câmara até o fim do segundo turno das eleições sem a necessidade de presença física constante. Na prática, essa medida permite que os deputados se ausentem das sessões sem que sofram descontos em seus salários.

A flexibilização ocorre em um momento sensível, durante as fases finais do processo eleitoral. Muitos deputados estão envolvidos diretamente nas campanhas em seus estados, seja na eleição própria ou apoiando candidatos aliados. Lira justificou a decisão como uma forma de dar maior liberdade para que os parlamentares possam se dedicar às campanhas locais, sem prejuízo de suas obrigações legislativas.

Reação mista no Congresso e entre a população

A decisão foi recebida com reações mistas. Enquanto alguns deputados comemoraram a possibilidade de poder se dedicar mais intensamente às campanhas sem o temor de perder parte de seus vencimentos, outros criticaram o que enxergam como uma forma de flexibilizar ainda mais o já criticado regime de presença dos parlamentares.

A oposição rapidamente se manifestou. Alguns deputados contrários à medida afirmaram que ela abre precedentes perigosos, já que a presença dos representantes no Congresso é fundamental para o andamento de pautas importantes que afetam diretamente a população brasileira. “Estamos em um momento em que muitas reformas precisam ser discutidas e votadas, e liberar os parlamentares nesse período é um desserviço ao país”, disse um dos líderes oposicionistas, que preferiu não ser identificado.

Entre a população, as reações variam entre críticas e indiferença. Uma parte significativa dos eleitores já se mostra desconfiada da dedicação de seus representantes em Brasília, e a medida apenas reforça essa percepção para muitos. Em redes sociais, internautas ironizaram a decisão, afirmando que os deputados “já não comparecem tanto assim” e que a nova regra apenas oficializa algo que, na prática, já ocorria.

Impactos no andamento das pautas

Com a decisão de Lira, a expectativa é que o ritmo de votações importantes seja afetado. Algumas propostas de grande relevância, como a reforma tributária e o novo marco regulatório do saneamento, podem ter seus debates adiados. Lira, no entanto, garantiu que a Câmara seguirá trabalhando e que a presença física dos deputados não é mais um fator limitante, graças à possibilidade de votações remotas e outros mecanismos tecnológicos.

Mesmo com essa justificativa, a flexibilização levanta preocupações sobre a transparência e o compromisso dos parlamentares com suas funções. A medida ficará em vigor até o fim do segundo turno das eleições, e só então será possível avaliar seu real impacto sobre o andamento dos trabalhos legislativos e o cumprimento das responsabilidades dos deputados.

Enquanto isso, o cenário político segue agitado, e a população espera que, mesmo com a liberação, os representantes eleitos mantenham o foco no que realmente importa: o avanço de pautas que possam melhorar a vida dos brasileiros.

Por: Geovane Oliveira