Um clima de guerra se instalou entre o pastor-empresário Silas Malafaia e o deputado federal Marcos Pereira, com trocas de ofensas e ataques públicos. Em meio às discussões sobre a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, Malafaia chamou o parlamentar de “cretino” e disse que ele era uma “vergonha” por não apoiar o projeto de anistia que os bolsonaristas tentam viabilizar junto ao Congresso Nacional. Pereira, por sua vez, disse que Malafaia age como um “Rasputin Tupiniquim” e “espuma pela boca”. As informações são da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

A troca de ofensas começou após Pereira, que também é pastor e preside o Republicanos, partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmar em entrevista à CNN Brasil que não considera o momento adequado para que o Congresso Nacional analise o projeto de anistia. Ele alegou que a pauta contamina o debate sobre a eleição presidencial de 2026 e pode comprometer a governabilidade.

As declarações irritaram Malafaia, um dos principais articuladores do ato promovido por Jair Bolsonaro (PL) no dia 16 de junho, em São Paulo, em defesa da anistia. O pastor não economizou nas críticas e divulgou um vídeo nas redes sociais em que atacou duramente Pereira.

“Marcos Pereira, você é uma vergonha. Você dizer que é contra um projeto de anistia onde tem mulheres, idosas, avós, donas de casa que pegaram penas pesadas. Essas mulheres e esses homens, mais de 400 pessoas, não foram presas nem com uma pedra na mão”, disparou Malafaia.

O pastor ainda acusou Pereira de agir por interesses políticos e de se alinhar ao governo Lula. “Você envergonha a Igreja Universal [da qual faz parte] e a todos os evangélicos”, afirmou. “Você é uma vergonha, cara. Teus interesses políticos mesquinhos vão contra os princípios da nossa fé e daquilo que acreditamos”, completou.

Segundo a reportagem, a resposta de Pereira veio nas redes sociais, onde o deputado classificou Malafaia como uma figura “cheia de ódio”. “Lamentavelmente, Silas Malafaia exala e transpira ódio. Esse ódio faz com que ele deixe de refletir e se manifestar com inteligência. Malafaia, que se julga um bom pastor, deveria cuidar das ovelhas ou então tornar-se um político de fato, disputar uma eleição e falar, de dentro do parlamento, como parlamentar”, rebateu.

Pereira negou ser contra a anistia, mas alegou que há limitações jurídicas. “Minha posição nunca foi contra a anistia. Como advogado, sei que não é possível anistiar quem ainda não foi condenado [como Jair Bolsonaro]. Minha posição é técnica”, justificou. Ele ainda acusou Malafaia de fomentar divisões. “Malafaia, uma espécie de Rasputin Tupiniquim, chega a espumar pela boca suas manifestações cheias de cólera. Ele precisa se acalmar e parar de induzir a guerra enquanto muitos, incluindo a mim mesmo, têm trabalhado pela pacificação”, disse.

Diante da onda de críticas, Pereira bloqueou os comentários em suas redes sociais. Malafaia, por sua vez, não recuou e insistiu em suas acusações. “Falar a verdade não é discurso de ódio”, afirmou, garantindo que “o Republicanos dará apoio total ao projeto de anistia”.

Fonte  247