Policiais cumprem mandado de busca e apreensão em assentamento de Palmeirante — Foto: Luiz de Castro/Governo do Tocantins

Cinco pessoas foram presas nesta sexta-feira (7) durante uma operação da Polícia Civil no município de Palmeirante, norte do Tocantins, por posse ilegal de armas de fogo. A ação, batizada de “Adsumus – Estado Presente”, teve como objetivo combater tensões agrárias entre proprietários rurais e moradores do Assentamento Dina Guerrilheira, após denúncias de ameaças mútuas envolvendo o uso de armamentos.

De acordo com o delegado Jodivan Benevides, responsável pelo caso, a operação foi deflagrada após a delegacia de Colinas do Tocantins receber, ainda no início de 2024, relatos de que moradores do assentamento estavam sendo ameaçados por fazendeiros. Posteriormente, os policiais também foram acionados por proprietários rurais, que alegaram ser vítimas de intimidações por parte dos assentados.

“Diante das denúncias cruzadas, partimos para investigações técnicas e decidimos cumprir mandados de busca e apreensão para esclarecer os fatos”, explicou Benevides. Durante as buscas, foram encontradas armas de fabricação caseira e munições, resultando na prisão em flagrante dos cinco indivíduos. Os detidos foram encaminhados à 6ª Central de Atendimento da Polícia Civil em Colinas, onde prestaram depoimento e aguardam transferência para a Unidade Penal local.

Contexto de tensão
O caso reflete disputas históricas por terras na região, marcadas por conflitos entre pequenos agricultores e grandes proprietários. O Assentamento Dina Guerrilheira, criado em 2012 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), é um dos símbolos dessa tensão, com relatos frequentes de embates. A apreensão de armas artesanais, segundo a polícia, indica o uso de recursos improvisados para intimidar grupos rivais.

Investigações em andamento
Embora a operação tenha resultado em prisões, o delegado ressaltou que as investigações continuam para “elucidar todo o contexto de ameaças e responsabilizar todos os envolvidos”. A expectativa é que novos desdobramentos surjam a partir dos depoimentos e da análise do material apreendido.

Enquanto isso, moradores da região aguardam respostas. “Esperamos que a presença do Estado não se limite a operações pontuais, mas garanta segurança permanente”, declarou uma liderança do assentamento, que preferiu não se identificar.

A operação “Adsumus” — termo em latim que significa “estamos presentes” — reforça o desafio das autoridades em mediar conflitos agrários no Tocantins, estado onde a expansão do agronegócio e a reforma agrária frequentemente colidem.

Com informações da Polícia Civil do Tocantins