Outra medida polêmica anunciada pelo prefeito Ronaldo Dimas recentemente pegou a população de surpresa, a de que as creches só iriam funcionar em meio período já a partir de 2016. O anúncio deixou pais de crianças preocupados e indignados.
A reação contra medida veio em cadeia. Pais e mães se mobilizaram pelas redes sociais e criaram um movimento chamado “A revolta das Mães”, que colocou o prefeito numa verdadeira saia justa, que agora, pressionado, desistiu de levar a ideia à frente. “Ele (prefeito) perdeu o juízo? Quem é que ficaria com as crianças quando a gente estivesse trabalhando?”, pergunta uma mãe do Araguaína Sul.
A “Revolta das Mães” prometia também chegar à Câmara de Vereadores. Pelas redes sociais, os responsáveis já estavam se mobilizando para ocupar a Câmara com o objetivo de mostrar aos vereadores a indignação e revolta com a medida do prefeito Ronaldo Dimas.”Nós estamos de prontidão aqui; se ele inventar de novo vamos pressionar os vereadores”, disse uma das mães do movimento.
Já o vereador Batista Capixaba afirmou que o recuo do prefeito mostra o despreparo e a falta de diálogo do Executivo com a sociedade. “Essa é mais uma prova de que Ronaldo Dimas está perdido, sem noção e parece que governa o Município de dentro do avião, fora da realidade do povo que o elegeu. Fechar creches de crianças pobres foi uma decisão imoral, inoportuna, desumana e ditatorial”, disse.
Capixaba denuncia também que a gestão Dimas, só nesses três anos, já teve à disposição cerca de 300 milhões de reais para a educação, e que fechar creches seria um “ato cruel e desumano” do prefeito. “A gestão anterior deixou quase prontas 5 creches, ele só entregou duas, já fez aditivo de cerca de R$ 1 milhão e meio para terminar as creches. Agora ele queria penalizar as mães e pais simples, pobres. Essa medida seria só mais um ato da marca registrada desse prefeito, que é fazer crueldade com o povo”, afirmou Batista.
Na mira da Justiça
O calvário de Ronaldo Dimas parece longe de terminar. O Ministério Público constatou que a Prefeitura de Araguaína não cumpriu a decisão judicial que obriga o Município a garantir a matrícula de todas as crianças de zero a cinco anos em creches e pré-escolas. A ação foi motivada pelo grande déficit de vagas na educação infantil, cuja carência chega a 7 mil vagas.