A Câmara Municipal de Araguaína aprovou, na sessão desta quarta-feira (9), um projeto de lei que permite aos procuradores do município receberem comissões de até R$ 80 mil pela recuperação de impostos atrasados. A proposta, de autoria do prefeito Wagner (UB), foi aprovada com ampla maioria, tendo apenas o vereador Major Israel como voto contrário.

A decisão ocorre em um momento em que categorias como professores e servidores públicos reivindicam melhores salários, sem resposta da gestão municipal. Enquanto isso, os procuradores – que já recebem vencimentos superiores a R$ 12 mil mensais – poderão acumular ganhos extras que ultrapassam em seis vezes o salário de um educador com jornada integral.

Privilégios em meio à crise tributária

O vereador Major Israel, único a se opor ao projeto, criticou a medida, afirmando que ela beneficia uma pequena elite em detrimento da população que sofre com altos impostos. “Isso é um absurdo. Enquanto o povo se sacrifica para pagar taxas e tributos, alguns vão embolsar R$ 80 mil por mês. É uma afronta à dignidade do trabalhador”, declarou.

Já o vereador Robert (PRD), defensor da proposta, argumentou que o incentivo financeiro é necessário para “aumentar a arrecadação municipal”“Os procuradores realizam um trabalho complexo, mas os valores é menor”, justificou, sem mencionar as críticas sobre o abismo salarial na administração pública.

Reações da sociedade

Trabalhares repudiaram a decisão, classificando-a como “um privilégio escandaloso”. Professores e servidores prometem pressionar a prefeitura para que o projeto seja vetado. “Enquanto nós lutamos por salários dignos, a Câmara aprova benesses para quem já ganha muito. Isso é inaceitável”, protestou uma servidora

Geovane Oliveira, com informações da sessão legislativa