A gestão do prefeito Eduardo Siqueira em Palmas, capital do Tocantins, tem sido alvo de críticas contundentes por parte de analistas políticos e da população local. Desde que assumiu o cargo, Eduardo Siqueira parece ter adotado um modelo de administração que espelha a gestão de Araguaína, cidade vizinha, em vez de construir uma gestão autoral e inovadora para a capital. O que mais chama atenção, no entanto, é a influência exercida pelo ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, nomeado secretário de Siqueira, cujo passado político é marcado por polêmicas e investigações.

Ronaldo Dimas, que já foi alvo de operações da Polícia Federal e teve contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) durante sua gestão em Araguaína, agora ocupa um cargo estratégico na administração de Palmas. A escolha de Dimas como Secretário de Planejamento Urbano levanta suspeitas sobre os reais motivos de sua indicação. Para muitos, trata-se de uma manobra política para que Dimas ganhe visibilidade e se reposicione no cenário estadual, possivelmente mirando uma candidatura futura.

A gestão de Dimas em Araguaína foi marcada por um endividamento recorde, estimado em mais de um bilhão de reais, além de cortes em políticas culturais, como o cancelamento do Carnaval da cidade. Coincidência ou não, Eduardo Siqueira parece seguir um roteiro semelhante em Palmas. Logo após assumir, o prefeito anunciou o reajuste do IPTU, cancelou o Carnaval de Palmas e agora estuda a contratação de empréstimos no exterior, o que pode aumentar ainda mais o endividamento da prefeitura.

A população palmense, que esperava uma gestão autoral e comprometida com os interesses locais, vê com preocupação a cidade seguir um caminho que lembra o de Araguaína. O aumento do custo de vida, o desprezo pela cultura e a possibilidade de endividamento público são questões que têm gerado insatisfação entre os moradores. Para muitos, a influência de Ronaldo Dimas na gestão de Siqueira é evidente e preocupante.

Além disso, Dimas tem utilizado sua posição para atacar a gestão do governador Wanderlei Barbosa, o que levanta suspeitas de que ele e Siqueira estejam tentando se posicionar como oposição ao governo estadual. Essa estratégia, no entanto, parece mais focada em interesses políticos pessoais do que no bem-estar da população de Palmas.

Analistas políticos avaliam que a ida de Ronaldo Dimas para Palmas tem como objetivo principal sua promoção política, visando uma possível candidatura nas próximas eleições estaduais. Enquanto isso, a capital tocantinense, que já foi símbolo de desenvolvimento e qualidade de vida, caminha a passos largos para se tornar um “curral político” de Araguaína, com uma gestão que parece mais interessada em atender a interesses particulares do que em resolver os problemas reais da população.

A negligência de Eduardo Siqueira em relação às demandas locais e a influência de figuras polêmicas como Ronaldo Dimas colocam em xeque o futuro de Palmas. Enquanto a cidade enfrenta desafios como o aumento do custo de vida e a falta de investimentos em cultura e infraestrutura, a população se pergunta se terá forças para resistir a uma gestão que parece mais preocupada em servir a interesses políticos do que em construir um futuro melhor para todos.

Por Geovane Oliveira