Secretário de Infraestrutura, Frederico Prado, e prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues Barros

As ruas de Araguaína estão em polvorosa após revelações bombásticas que abalaram o cenário político da cidade. De acordo com reportagem do portal Metrópoles, a Prefeitura de Araguaína, sob o comando do prefeito Wagner Rodrigues (União Brasil), está no olho do furacão devido a transações imobiliárias que, ao que tudo indica, beneficiaram diretamente famílias de secretários municipais. Entre as maiores polêmicas, a família do atual secretário de Infraestrutura, Frederico Minharro Prado, aparece como uma das principais envolvidas.

A empresa da família Prado, a Tucunaré Holding Participações Ltda., que conta com o próprio secretário e seus pais como sócios, foi agraciada pela prefeitura com um terreno de 1.336 m² no luxuoso bairro Jardim do Lago, uma das áreas mais valorizadas de Araguaína. Avaliado em cerca de R$ 236,8 mil, o imóvel foi entregue à Tucunaré em agosto de 2024, como parte de uma indenização relacionada à desapropriação de um lote de 12.220 m² no Setor Exú, que também pertencia à família Prado. Favorecimento? Conluio? Essas são as perguntas que agora ressoam por toda a cidade.

Famílias poderosas e negócios nebulosos

O que mais chocou a população foi o momento em que tudo ocorreu. A família Prado tinha um processo judicial aberto contra a prefeitura desde 2011, mas, convenientemente, a indenização foi finalizada apenas em 2024, já com Frederico Minharro Prado ocupando cargos-chave na administração municipal. Vale lembrar que, antes de assumir a Secretaria de Infraestrutura, Prado foi secretário de Planejamento e Tecnologia de 2015 a 2022.

Embora a lei complementar nº 149/2023, que autorizou a transação, não mencionasse os nomes dos beneficiários, a conexão direta entre o secretário e a Tucunaré Holding foi rapidamente descoberta. Segundo documentos obtidos, o terreno recebido pela empresa da família Prado é o maior em uma lista de 47 terrenos públicos que foram objeto de permuta pela prefeitura.

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“Troca de favores” entre família e prefeitura?

Esse não foi o único episódio controverso envolvendo familiares de altos cargos da administração de Wagner Rodrigues. Em outra transação suspeita, a empresa Cecil Empreendimentos Imobiliários Ltda., de propriedade de Roberto Paulino, irmão da secretária de Administração, Rejane Mourão, também foi beneficiada em uma permuta milionária com a prefeitura.

Roberto Paulino, que trocou um imóvel modesto no Setor Morada do Sol, um bairro simples de Araguaína, por nada menos que 43 lotes distribuídos em setores privilegiados da cidade, incluindo o sofisticado Jardim B, agora está sob investigação. A suspeita de favorecimento é reforçada pelo fato de que esses lotes, avaliados em mais de R$ 2,81 milhões, foram adquiridos com uma diferença de valores de cerca de R$ 555 mil, que ainda foi compensada com tributos municipais atrasados de sua empresa.

Prefeitura acuada e Justiça pressionada

As revelações geraram um verdadeiro tsunami político em Araguaína. Wagner Rodrigues, que inicialmente arquivou o Projeto de Lei Complementar nº 12/2023 em julho de 2024, foi forçado a dar explicações sobre os acordos. A transação entre a prefeitura e a Cecil Empreendimentos, aprovada pelo Tribunal de Justiça do Tocantins, trouxe à tona a suspeita de um possível esquema de troca de favores, envolvendo familiares de seus secretários.

Araguaína, a cidade rica cercada por sombras

Com um PIB de R$ 5,2 bilhões em 2023, Araguaína é o segundo município mais rico do Tocantins, superado apenas pela capital, Palmas. Essa prosperidade, no entanto, parece estar beneficiando apenas uma pequena elite ligada ao poder, enquanto a população assiste indignada às denúncias de favorecimento e enriquecimento por meio de negociações questionáveis.

A explosiva mistura de terrenos valiosos, famílias influentes e decisões judiciais acendeu o alerta máximo na cidade. As consequências políticas para Wagner Rodrigues e sua equipe podem ser devastadoras, especialmente com o clamor popular pedindo por transparência e justiça.

A cidade está à beira de uma crise institucional, com moradores exigindo investigações profundas sobre a gestão dos bens públicos e o papel das famílias envolvidas nesses escândalos. Será que a Justiça tomará as rédeas dessa situação? Ou veremos mais um capítulo de impunidade no cenário político brasileiro?

Este escândalo ainda promete novos desdobramentos e, ao que tudo indica, as próximas semanas em Araguaína serão de muita tensão e incerteza.

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Por: Geovane Oliveira com informações do Metrópoles