O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, declarou que intenciona demitir-se em outubro depois de os britânicos terem votado a favor do Brexit no referendo de ontem (23).

Segundo Cameron, o Reino Unido precisa de “uma nova liderança”.

“Penso que seria incorreto tentar ser o capitão que leva o nosso país para o seu próximo destino”, disse Cameron aos jornalistas.

Continuando usar a mesma linguagem figurada, Cameron afirmou que fará todo o possível para estabilizar o “navio” nas próximas semanas e meses. Esta decisão não é fácil para ele, disse o primeiro-ministro britânico mas, depois de um período de estabilidade, o país necessita de uma nova liderança, o que deve acontecer aproximadamente na altura do Congresso do Partido Conservador, em outubro.

O problema de Cameron é que lidera o partido em estado de total desacordo sobre a permanência na União Europeia. Os conservadores têm tido divergências depois da assinatura do Tratado de Maastricht em 1992. Estas divergências entre apoiantes e opositores dentro do partido levaram ao que este tenha perdido as eleições em 1997 e ficado fora do poder durante 13 anos.

Após voltar ao poder em coalizão com o Partido dos Trabalhadores em 2010, Cameron enfrentou o apoio crescente ao Brexit dentro do seu partido e a pressão do Partido da Independência do Reino Unido. Em resultado, Cameron foi obrigado a prometer realizar um referendo sobre a permanência do país na União Europeia.

O primeiro-ministro britânico se manifestou repetidamente contra o Brexit, tentando alertar os britânicos para as consequências catastróficas que a saída teria para a segurança e a economia do país. No entanto, o povo tomou outra decisão.

Na quinta-feira (23), no Reino Unido foi realizado um referendo sobre a permanência do país na União Europeia. Segundo os dados oficiais, 51,9% da população britânica votaram a favor da saída da união.

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